quarta-feira, 12 de novembro de 2008


Venha me beijar
Meu doce vampiro
Na luz do luar
Venha sugar o calor
De dentro do meu sangue vermelho
Tão vivo, tão eterno veneno
Que mata sua sede
Que me bebe quente como um licor
Brindando à morte e fazendo amor
Meu doce vampiro
Na luz do luar
Me acostumei com você
Sempre reclamando da vida
Me ferindo, me curando a ferida
Mas nada disso importa
Vou abrir a porta pra você entrar
Beijar minha boca
Até me matar de amor!
Rita Lee

domingo, 5 de outubro de 2008

Só de pensar em falar contigo
meu coração fica saindo pela boca
o que há de errado comigo?
fico atordoada com tua presença
mas gosto de sentir teu cheiro
ouvir tua voz, ver teu riso
e o tempo pára se vejo
meu rosto de frente pro teu
o que há de errado comigo?
minha voz muda a ponto de sumir
meus pés saem do chão
e meu corpo flutua no ar
fica leve como uma pena
até a brisa te levar
e me esquecer
então eu caio no chão
fica a lembrança e a solidão
mas o que há de errado em mim?
se só de pensar em ficar longe de ti
me transtorna e perco a razão

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Balada do louco

Dizem que sou louco por pensar assim
Se eu sou muito louco por eu ser feliz
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz

Se eles são bonitos, sou Alain Delon
Se eles são famosos, sou Napoleão
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz

Eu juro que é melhor
Não ser o normal
Se eu posso pensar que Deus sou eu

Se eles têm três carros, eu posso voar
Se eles rezam muito, eu já estou no céu
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz

Eu juro que é melhor
Não ser o normal
Se eu posso pensar que Deus sou eu

Sim sou muito louco, não vou me curar
Já não sou o único que encontrou a paz
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, eu sou feliz

Mutantes

domingo, 31 de agosto de 2008

Solidão

Em meio a escuridão
A beira do abismo
No esconderijo do eu
Adoece-se nessa tortura

No mar da solidão
No recanto do íntimo
A alma chora, berra
Faz birra, vai à loucura

No rosto correm salobras
as águas que não mais saciam
a sedenta alma de paz

Em seu navegar , não mais
ensejos de esperança brilham
em seu espírito.

domingo, 24 de agosto de 2008

O calor de sua presença
me confundi e transtorna
fico burra e lenta
os pensamentos me traem
torna mais difícil o raciocínio
perco os sentidos
lógica, coordenação e ação
não passam de palavras
fico sem saber quem sou
onde estou e o que fazer
deixo de ser eu
ou passo ser uma parte de mim
que não conhecia
fico presa a essa condição
sem controlar a respiração
até que você vai embora
e me liberto novamente
de volta a tristes pensamentos
.
Vida

Vida, querida vida,
De enganos, desencontros e lida,
Alegrias, choros, cansaço,
Desesperos, esperança, abraços,

Vida que através do trabalho,
No encontro, do descanso,
Na felicidade e na dor,
Brutos e mansos a querem com amor.

Vida, misteriosa vida,
Reclamada e querida,
Quando a vêem quase perdida

Mistério que não distingue raça
Credo, nem crédito na praça;
Vida mistério do amor.

Marizé

(Esse quem escreveu fio minha mãe, diferente dos meus textos, esse é alegre, tem vida, é como uma composição de Vivald)

quarta-feira, 30 de julho de 2008

São em pequenos pedaços de papel que deposito o eco de meus pensamentos. Há um tempo, muito pouco, não escrevo. A fonte de minhas linhas é a tristeza tentando me consumir. Se não escrevo é porque existe alegria irradiando dentro do peito. Essa energia me dá vontade de cantar, pular, dançar, mas não de escrever.
Como já dizia o Poeta: "Tristeza não tem fim, felicidade sim!" A alegria passou e aqui estou sentada na beira do mar, vendo as ondas se jogarem e esparramarem seu furor em minha frente. Volto ao papel pensando em muitas coisas, nessa nova morte deflagrada.
O que eu sinto? Não sinto. O vento amortece as lágrimas do dia de amanhã e o mar me convence a enterrar na areia o dia de ontem.
O lápis e o papel voltam a ser o escape de minha mente.
Volto a ter a triste da feliz inspiração.

sábado, 19 de julho de 2008

Solidão, o silêncio das estrelas, a ilusão
Eu pensei que tinha o mundo em minhas mãos
Como um deus e amanheço mortal

E assim, repetindo os mesmos erros, dói em mim
Ver que toda essa procura não tem fim
E o que é que eu procuro afinal?

Um sinal, uma porta pro infinito, o irreal
O que não pode ser dito, afinal
Ser um homem em busca de mais, de mais...
Afinal, como estrelas que brilham em paz, em paz...

Solidão, o silêncio das estrelas, a ilusão
Eu pensei que tinha o mundo em minhas mãos
Como um deus e amanheço mortal

Um sinal, uma porta pro infinito, o irreal
O que não pode ser dito, afinal
Ser um homem em busca de mais...

Lenine

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Você mundo
Mundo você
Você mundo, alegria
você não mundo, melancolia
Mundo, Mundo, Mundo
Você, Você, Você

2002



Manu, Saudades!!!

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Sufoco-me com as piadas da TV
passo a noite com pensamentos de um dia
e de dia a lida me entorpece com sua trama
circuitos em minha mente me enganam
almas rodeiam-me a exclamar... gritam-me
mas meu coração preso ao relento não reage
vive isolado desse mundo tão bizarro
injusto mundo tirou-me a paz, o equilíbrio
as horas que me eram iguais
hoje não passam sem um nome proferido
boca, olhos... nada mais me obedece
apenas àquele que não sou digna.

domingo, 25 de maio de 2008

Tempos

Tudo eram flores
Que envelheceram e morreram
Fazem falta no meu jardim
Difícil de reconstituir

Imagino dias e noites
Como trangredir no tempo
Tempo que me esqueceu
Em seu universo de sonhos

Não consigo achar o caminho
Que me leve de volta
Para meus doces sonhos

Quem me dera viajar ao infinito
Só para distrair e não sentir
O martelo que martela o amanhã

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Retornando ao tempo e ao espaço

Há muito não visito essa página. Andei pensando o que escrever neste meu diário virtual. Pois bem caros amigos, por esses dias me aconteceu algo (como posso dizer?) sem palavras.
Ao caminhar em direção ao centro da cidade, estava eu andando e olhando para o chão como de costume. Ao mesmo tempo em que ouvia um som familiar o qual nunca mais havia escutado. Eu analisava a construção dos trilhos por onde caminhava e lembrava dos assuntos do colégio. Estava então associando a dilatação dos corpos, o calor infernal que fazia por esse tempo e os trilhos onde eu caminhava. Do lado de um deles haviam marcas e fiquei pensando na manutenção dos trilhos e do calor infernal que estava fazendo. Não só o calor era infernal como também o barulho conhecido que estava se aproximando. Realmente o ensurdecedor era conhecido... Parece um trem. Não parecia. Era. Um trem que estava se aproximando. Risos. Nunca mais eu havia visto um trem. Ou melhor, nunca andei de trem. Gostaria de fazê-lo um dia. Mas voltando ao relevo do chão e lembrando do assunto da manutenção dos trilhos do trem... Ops! O trem precisa realmente andar sobre os trilhos e não eu. Quando olhei para trás e vi o trem se aproximando foi que percebi que minha observação tinha ido muito longe e o trem estava ficando muito perto. Precisava sair da minha viagem interior e dos trilhos. Afinal de contas: vontade de andar de trem tenho, mas de ser atropelada por um, ainda não.

terça-feira, 18 de março de 2008

Em minha mente o vazio
em meu corpo a sede
meus olhos cegam ao pensar
na morte que vivera

A escuridão aqui rodeia
o medo não habita o lar
a solidão é comandante
do abrigo do pensar

O tempo é frio no entorno
O agasalho é de cor vermelha
E esquenta como a luz do sol
Se faz de sangue o tecido

A morte não é a tristeza
a eternidade de um corpo sedento
faz da realeza
Um asqueroso ser.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Magna culpa nostra
Poena danda nobis
Usque ad finem erit dierum
Ad finem temporum

Epica - The last crusade

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

O mi Iesu, demitte nobis debita nostra,
salva nos ab igne inferiori, perduc in cælum
Omnes animas, præsertim eas,
quæ misericordiae tuae maxime indigent

Sicut erat in principio
et nunc et semper et insaecula
saeculorum

After Forever - Mea Culpa

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Eu Café

Vício por esse gosto amargo
O sabor na minha boca
penetra em minha língua
deixa lembrança em saudade

atravesso a noite
matando a vontade
com o diamante negro
o precioso

se o traio com um chá
logo me vem a culpa
e a saudade, a vontade

e novamente durante a noite
só você me sacia a sede
Eu senhora Café

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Water's mirror

You have afraid me
I'm your conscience
Your image in the mirror
reflecting you, blinding you

You gave me the life
After, the death
Your acts, expressions, greed
Interred us, but I fled, I survived

You want me today
But I'm away you
I'm running, knowing, changing

You can stay afraid me
Your water's mirror
Is all that you see.

Totus est quam vides.

Vampira
22/09/2007

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008


















Assim inerte ao tempo vejo passar vidas no horizonte. Não posso mexer-me. Não me é permitido. As asas estão petrificadas, mesmo que não estivessem iam me destruir com sua perigosa liberdade.
Sonhos são para os vivos!
Para o que é frio fica o abismo e sua imensidão.
Onde se pode gritar e libertar o interior
Ou se ocultar
Mas é na presença da lua
Que a alma mostra os desejos
E desintegra diante de lembranças mortais

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Assim como a liana
À árvore se enrosca e a envolve,
Assim tens de enroscar-te em torno a mim
Para me concederes teu amor

Assim como a águia ao elevar-se
Com suas asas o chão golpeia
Assim golpeio eu teus sentidos,
Para me concederes teu amor

Assim como o sol, dia após dia,
Cobre este céu e a terra
Assim cubro eu teus sentidos
Para me concederes teu amor.

ATHARVAVEDA, VI, 8

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Diarréia Mental

Estava eu, um ser fértil e asqueroso, preocupada com a prova que deveria ser a mais difícil do curso. Ao começar a ler, encarei a dita como se fosse uma injeção, mas quando li vi que estava fácil, muito fácil para o esperado, embora eu não tivesse estudado uma linha, como de costume.

Primeira questão: Quatro letras para responder.... a última não sei: Pula! Segunda... não tenho palavras pra me expressar... pula!! Terceira: Vamos ver o que sai... Quarta e quinta: Interpretação de gráfico. Sem saber para onde ir, resolvi, então, usar a criatividade. Se o próprio Einstein valorizava a criatividade e a imaginação por que não eu? Apelei e viajei, não foi na maionese não! Foi no caldo de cana mesmo. Literalmente viajei no caldo de cana.

A princípio tudo era doce. Tava me achando respondendo a prova toda desse jeito, ia associando a pergunta à uma possível resposta coerente... era doce! Porém esse caldo me deu uma dor de barriga depois.

Nem tudo é como parece. Quando eu soube a verdade que estava por trás daquelas perguntas fáceis me veio uma grande dor de barriga a qual me trouxe nesse texto fecal de uma diarréia mental.