terça-feira, 31 de julho de 2007


Não imagino quem sejas
Acho que nunca vou saber
Prefiro a ignorância a enloquecer
Suas palavras passeiam em minha mente
Me anestesiam, confundem, irritam
Tento traduzí-las, em vão.
Sua presença me liberta, inibe, atormenta
Quando estás por perto não sei quem sou
Transito sem rumo acorrentada por lembranças
As mesmas onde seu fantasma mora
Vampira
É uma brisa leve
Que o ar um momento teve
E que passa sem ter
Quase por tudo ser
g
Quem amo não existe
Vivo indeciso e triste
Quem quis ser já me esquece
Quem sou não me conhece
g
E em meio disto o aroma
Que a brisa traz me assoma
Um momento à consciência
como uma confidência

Fernando Pessoa